Como vimos no texto anterior a dor é multidimensional, diversos fatores como (biológico, psicológico e sociais), através do cérebro, vão se influenciar facilitando ou dificultando a experiência de dor consciente.
Dor não é igual a lesão, não significa que se a pessoa está sentindo dor que há uma lesão tecidual, por exemplo, pisar numa peça de lego ou algum objeto pequeno, vai doer, não houve uma lesão tecidual, porém quando vemos que é uma peça de lego, continuamos sentindo um incomodo no pé enquanto parte do sistema nervoso (fibras tipo C) continuam sinalizando de que algo aconteceu e passa.
A dor é um produto do cérebro, não estou dizendo que dor não existe ou que é psicológica, o produto final da dor vem a partir do que o cérebro interpretou, sendo influenciado pelos fatores citados acima (biológico, psicológico e sociais), por isso o sentir dor é algo individual. Existem situações que apesar de ter uma lesão tecidual, essa lesão não é percebida como dor, por exemplo no caso dos atletas que continuam suas provas até o final mesmo tendo se machucado.
Em outros casos mesmo não havendo uma lesão tecidual, percebemos isso como dor, nos protegemos como se fosse uma lesão tecidual. Por exemplo: um indivíduo sedentário, estressado, que tem insônia, se alimenta mal e trabalha muitas horas por dia sentado. Este começa a ter dores musculares nas costas, vai a procura de um médico ou outro profissional da saúde ,que solicita algum exame de imagem, onde, com certeza terão diversas alterações (como degeneração do disco intervertebral, escoliose, vertebras rodadas, o que é normal assim como termos rugas na pele, afinal todos nós envelhecemos). O indivíduo vai ao médico/ fisioterapeuta ou outro profissional da saúde, que enfatiza e foca somente nos achados do exame, ao invés de fazer uma avaliação completa e explicar com uma linguagem simples e acessível de que aquilo não é ameaçador. Levando a crer que tem algo grave, e automaticamente o mesmo começar a ter comportamentos protetivos e limitantes de seu próprio corpo, somente por causa desta informação mal explicada.
Referência bibliográfica:
Marwan N. Baliki1, * and A. Vania Apkarian1,2,3. Nociception, Pain, Negative Moods, and Behavior Selection Neuron 87, August 5, 2015 ª2015 Elsevier Inc